domingo, 1 de novembro de 2009

Eu e o meu radinho de pilha.

Eu não preciso de um amor eterno, e nem de amigos fiéis, pois tenho um radinho
de pilha, e é nele que eu encontro tudo o que quero. A música me trás respostas, me dá inspiração, me trás a paz. De música é o que preciso!

Monotonia.

Ah, tudo isso é tão monótono e me sufoca tanto! Eu não odeio, nem amo. A distância pra mim tanto faz, porque na verdade... Ela nem existe em minha vida. Quando o telefone toca, eu não sinto nada, nem um arrepio, nem um acelerar de batimentos cardíacos. Quando eu o vejo eu também não sinto nada. Eu pareço uma morta. E isso é tão ‘sem sal nem açúcar’.

sábado, 10 de outubro de 2009

Pós, dia dos pais.

Era uma segunda feira, e eu estava lá novamente, do lado daquela cama de hospital, olhando para ele, com os olhos cheios de lágrimas, segurando a mão dele, e tentando fazer com que saísse algumas palavras de sua boca, tentando arrancar alguma reação dele. Nada, não aconteceu nada! Fiquei ali, por mais um tempo, só eu e ele. Em quanto eu o olhava, via tudo o que passamos juntos, via toda a minha vida ali, com ele presente. Via todos os castigos que recebi, todos os presentes, todo o carinho demonstrado através de gestos e palavras. Conversava com ele, o olhava. E ele, só respondia com olhares, pois já não tinha forças para falar. Foram seis meses assim, no silêncio, em conversas com os olhos e com as mãos – sempre eu pegava em sua mão, e ele com sua pouca força me respondia, tentando apertar minha mão. Cansado, deitei no sofá que tinha ali do lado da cama. Peguei no sono. Estava sonhando – mais uma vez – com o meu passado, com tudo o que vivi com ele, quando ouço alguns barulhos, não dava para entender direito o que era, os barulhos de lá de fora se confundiam com o sonho. Foi quando acordei, olhei para frente e vi o médico e duas ou três enfermeiras. Eu estava quase levantando, quando uma das enfermeiras veio falar comigo... “Ele faleceu!”. Meu coração parou por alguns segundos, e mais uma vez... Toda minha vida se passou pela minha cabeça em cerca de milésimos de segundos. Levantei rápido, fui vê-lo na cama – aliás, tentei – mas tinha uma roda de enfermeiros e médicos em volta dele, não consegui vê-lo, e ainda mandaram eu sair do quarto. E esse foi o meu ‘pós’ dia dos pais. Triste, mas ainda assim posso agradecer a Deus por ter tirado o meu pai de tal sofrimento, e por ter me dado a oportunidade de passar o – ultimo - dia dos pais com o meu querido e eterno pai.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Minha última carta foi aos 17 anos, foi para minha mãe. (Minha última carta, aos 17 anos)

Bom dia, mãe. Hoje seria mais uma segunda-feira normal – para mim e para você -, mas acho que você já tentou me acordar... E não conseguiu, não é? Não se espante, não entre em pânico. Não ligue para ninguém, muito menos para ambulância. Tenho quase certeza de que já estou morta. Pois é, achei melhor assim. Para mim e para você, e talvez para algumas outras pessoas. Pensei muito antes de fazer isso. E vi que isso seria muito mais útil, e você, de fato, seria mais feliz sem a minha bagunça no quarto, a minha louça da madrugada na pia, a minha calcinha que eu sempre esqueço no banheiro. E como pode ver, antes de tomar os remédios - que estão aí em cima do criado mudo -, eu arrumei o meu quarto, acendi um incenso cheiroso, que lhe agrada, lavei toda a louça dos meus lanches da madrugada e depois que sai do banho, pendurei minha calcinha no varal. Mãe, me lembro bem do dia em que tivemos uma daquelas discussões, em que uma fechava a cara para a outra, e nesse dia, você me disse uma coisa que me marcou – não pense que estou falando isso para lhe deixar com peso na consciência, pelo contrário, estou falando isso para no final da carta você refletir, e ver que eu tomei a decisão certa – “você é uma desgraça na minha vida”. É, isso me marcou, na hora fiquei com tanta raiva, e tão triste, eu nem acreditava que você havia dito aquilo para mim, para a pessoa que você dizia amar mais que tudo na vida. Os dias foram passando e a cada briga que tínhamos eu me lembrava dessa frase tua, dessa frase que me perturbou por tanto tempo. E sempre eu pensava em me matar para acabar com a tua infelicidade ao lado meu, para tirar essa ‘desgraça’ da vida tua. Mas, eu tinha medo, e no fundo... O meu pensamento era “ela vai ter que sofrer muito com essa desgraça que saiu do ventre dela. Já que sou a desgraça, farei ela sofrer por muito tempo”. Mas, eu cresci, e vi que isso era um pensamento pobre demais, um pensamento que não me levaria a nada, porque apesar deu ser a desgraça de tua vida, você sempre se fez presente quando precisei – e nem foi preciso te chamar -, você sempre me deu tudo o que eu precisava, e por incrível que pareça, acho que até carinho tu me deu, e foi um carinho sincero. Então, vi que a melhor e mais justa decisão era eu sair da vida tua para sempre – talvez não de espírito, mas pelo menos de corpo – e deixar você ser feliz. Obrigada por tudo, me perdoe por tudo. Fiz isso pela felicidade tua. E quanto aos outros... Diga apenas que fiz uma viajem, sem data prevista para voltar.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Ah, a saudade.

E quando ela vem, não tem quem a segure. Lembro daqueles momentos em que só você sabia como me animar, aqueles momentos em que só você podia conversar comigo. Você sempre soube me dominar. E até hoje, mesmo longe ainda sabe. Eu não lhe peço para voltares, apenas quero que se lembre de mim como uma pessoa que fez de tudo - talvez não do jeito certo - para te fazer sorrir.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Necessidade de amar.

Sempre me julguei e fui julgada como ‘fria’. Mas, de um tempo pra cá, estou sentindo falta de uma coisa que eu nunca havia sentindo... Uma coisa, aliás, que eu sempre quis ficar longe. O amor, é. Ultimamente tenho me pego pensando demais nesse tal ‘amor’. Queria tanto ter alguém ao meu lado, mas não um alguém qualquer... E sim um alguém que eu ame intensamente, e que me ame também. Queria tanto ter esse alguém nesse momento. Pela primeira vez me sinto carente, por mais que eu tenha milhões de caras aos meus pés, por mais que eu fique com um em cada noite, eu continuo carente, carente de amor. Eu preciso amar, isso de ser vazia, de não ter sentimento algum... Nem ódio nem amor. Ah, isso já está me cansando! Eu preciso de um amor.

sábado, 13 de junho de 2009

Uma máquina, uma vida.

Tudo tão estranho, como pode uma máquina ligar tanto as pessoas? Como pode uma máquina fazer as pessoas se machucarem tanto? Como pode? Acho tão estranho quando converso com ele, é ele... Aquele menino que eu nunca vi, nunca ouvi. É tão estranho conversar com ele e sentir o meu coração acelerar, é tão estranho ter um sentimento por quem talvez eu nem conheça realmente. É tão estranho ficar triste por uma pessoa que eu nunca ouvi, que eu nunca vi, e que talvez nunca haverei de ver. É tudo muito estranho nesse mundo. O que estou fazendo aqui? Eu não nasci pra isso. Ninguém me avisou que depois de ligar a máquina uma vez, seria muito difícil desligá-la para sempre.